Na semana do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, comemorado sábado (18), o Rio de Janeiro não tem o que comemorar. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) e do Disque 100, das 8.836 denúncias de abuso sexual registradas no estado em 2023, 3.540 eram de crianças que tinham até 13 anos. Ou seja, 40% das pessoas que foram abusadas eram crianças – um registro a cada 2 horas e meia. Os dados apontam ainda que o pico de violência sexual contra crianças está entre 11 e 13 anos. Não por acaso, O crime acaso, O crime de abuso de vulnerável já é considerado um problema de saúde pública no país, de acordo com a Unicef.
Segundo a Unicef, apenas sete a cada 100 casos chegam à polícia — menos de 10%. Crianças que não entendem o que aconteceu, vítimas ameaçadas e até a conivência de outros parentes são barreiras são algumas explicações para a subnotificação, o que aumenta a impunidade, já que estes casos sequer são investigados. Meninas negras e pardas são as principais vítimas, de acordo com reportagem do site G1.
Para chamar a atenção para o problema, foi criado o Maio Laranja, campanha de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, que tem o dia 18 de maio como data nacional de mobilização e conscientização. A campanha nasceu em memória de Araceli Cabrera Sánchez Crespo, que tinha 8 anos 1uando foi sequestrada, drogada, violentada e morta em Vitória, no Espírito Santo, nesta data, em 1973.Quase 20 anos depois, em 1991, os três réus foram absolvidos, e o crime segue sem punição.
Confira o perfil das vítimas no Rio:
86% das crianças eram meninas;
67% eram pardas ou negras;
Pai, mãe, padrasto e madrasta são os principais agressores durante a infância;
E a maior parte dos abusos acontece dentro de casa.