A Prefeitura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, enfrenta uma grave crise administrativa, com prédios públicos destruídos, equipamentos roubados e serviços essenciais comprometidos. O atual prefeito, Márcio Canella (União Brasil), acusa o ex-prefeito Waguinho (Republicanos) de deixar a cidade em estado de abandono. Waguinho, no entanto, nega as acusações e afirma que entregou os imóveis municipais em perfeitas condições.
A situação veio à tona após imagens de prédios depredados, incluindo o gabinete do prefeito, a Secretaria de Cultura, a Biblioteca do Centro de Cultura, o teatro municipal, e a Vila Olímpica, terem sido divulgadas. Segundo Canella, equipamentos como computadores e HDs foram roubados, e até itens simples, como pilhas de controles remotos, desapareceram. A crise foi agravada por problemas administrativos, como salários atrasados e serviços de limpeza negligenciados em unidades de saúde.
Decretação de calamidade e investigação policial
Diante do cenário, Márcio Canella decretou calamidade financeira e determinou o fechamento da prefeitura por 15 dias para reparos emergenciais. A Polícia Civil foi acionada para realizar perícia nos prédios públicos e investigar os saques e danos reportados.
Na Unidade de Saúde da Família Dona Isaura, em Heliópolis, a falta de manutenção é evidente: mato alto, vidros quebrados, banheiros sem água e lixo contaminado acumulado foram encontrados. Funcionários relataram atraso nos salários desde dezembro, e moradores enfrentam dificuldades para obter atendimento.
Resposta do ex-prefeito Waguinho
Em nota, Waguinho afirmou que as acusações de Canella são infundadas. Ele divulgou um vídeo gravado no último dia de sua gestão, mostrando o gabinete em condições supostamente adequadas. “Reforçamos o compromisso com a verdade e seguimos à disposição para quaisquer esclarecimentos”, disse em nota sua equipe.
Impacto na população
A destruição de equipamentos e o abandono de espaços públicos prejudicam diretamente os serviços prestados à população. Além das unidades de saúde, locais de cultura e lazer, como o teatro municipal e a Vila Olímpica, estão inoperantes, limitando o acesso dos moradores a atividades culturais e esportivas.
A situação gera debates sobre a responsabilidade pela crise e a necessidade de maior transparência na transição de governos. Enquanto a perícia busca esclarecer os fatos, a população aguarda por soluções concretas que garantam o retorno à normalidade nos serviços essenciais.