O governo de Aguas Blancas, na província de Salta, norte da Argentina, lançou nesta segunda-feira (27) uma licitação para a instalação de uma cerca de 200 metros na fronteira com a Bolívia. O objetivo é controlar a travessia de pessoas e o comércio ilegal na região.
A decisão faz parte do Plano Güemes, lançado pelo presidente argentino Javier Milei para combater crimes federais na fronteira com a Bolívia. Segundo Adrián Zigaran, interventor da cidade, a cerca de dois metros e meio de altura deve ser instalada entre o escritório de migração e o terminal de ônibus local.
“Queremos evitar que pessoas cheguem à cidade sem passar pela migração”, afirmou Zigaran à Radio Mitre.
Bolívia reage
O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia emitiu um comunicado no domingo (26), manifestando “preocupação” com a medida. O governo boliviano destacou a necessidade de tratar questões fronteiriças por meio de mecanismos de diálogo bilateral, alertando que ações unilaterais podem comprometer a boa convivência entre os países.
O rio Bermejo, que divide Aguas Blancas e a cidade boliviana de Bermejo, é apontado como uma das principais rotas de tráfico de drogas pelo Ministério da Segurança argentino. No entanto, a travessia também é usada por comerciantes que transportam produtos comprados na Bolívia para o mercado argentino.
“A entrada de eletrodomésticos ilegais afeta o comércio local e rompe o tecido comercial do norte argentino”, afirmou Zigaran.
Defesa de Elon Musk e críticas a opositores
Durante um evento no Museu do Holocausto de Buenos Aires, o presidente Javier Milei fez críticas a opositores que acusam seu aliado, Elon Musk, de fazer referências ao nazismo durante a posse de Donald Trump.
Milei classificou as acusações como infundadas e defendeu o bilionário como “defensor do Estado de Israel”. O presidente argentino aproveitou a ocasião para agradecer ao governo dos Estados Unidos pelas negociações para a libertação de reféns, incluindo nove argentinos ainda mantidos em cativeiro.