
Comandando do conforto americano, filho 03 mostra que dá para ser deputado sem precisar pisar no Brasil — e ainda manter R$ 133 mil mensais em salários de assessores sob seu controle.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reinventou o conceito de mandato parlamentar: diretamente dos Estados Unidos, o deputado “afastado” segue nomeando assessores e ditando ordens em seu gabinete como se estivesse a poucos passos do Congresso Nacional.
Alegando “perseguição da ditadura do Judiciário”, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu cruzar o continente e estabelecer seu QG político fora do Brasil. Mas isso não o impediu de continuar com as rédeas do próprio gabinete — e, claro, com o controle da gorda verba parlamentar.
A mágica política permitiu que Eduardo garantisse R$ 133 mil mensais para o pagamento de 25 assessores divididos entre os escritórios de São Paulo e Brasília. Tudo isso sem dar expediente presencial. Teletrabalho? Nada disso. É o “telemandato”, o novo modelo made in Miami.
Na prática, quem deveria assumir o posto é o suplente José Olímpio (também do PL-SP), mas até ele já reconheceu que é apenas um figurante. “Eu não nomeei ninguém porque eu não posso. O gabinete é do Eduardo, não é meu. Para contratar, preciso da autorização dele. Estou trabalhando com a equipe dele”, confessou Olímpio, revelando sua condição de deputado decorativo — um verdadeiro missionário da obediência.
Ou seja, o Brasil segue inovando: temos agora o deputado que não aparece, mas que manda; o suplente que senta na cadeira, mas não decide; e uma equipe de assessores que trabalha (ou não) sob comando remoto.
Enquanto isso, o contribuinte segue financiando esse reality político internacional, onde o mandato vira franquia e o gabinete, um coworking de luxo.
E o melhor? Sem precisar enfrentar o trânsito de Brasília ou os protestos na porta da Câmara. É o novo Brasil — exportação direta de privilégios.