
Cemitério ilegal no Morro da Caixa d’Água, em Belford Roxo, pode ter sido usado por facção ligada ao Comando Vermelho para ocultar execuções
O clima de terror que há tempos assombra a Baixada Fluminense ganhou mais um capítulo sombrio nesta quarta-feira (16). Equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros localizaram um cemitério clandestino no Morro da Caixa d’Água, em Belford Roxo. No local, foram encontradas pelo menos oito ossadas humanas, enterradas em covas rasas, segundo informações divulgadas após uma denúncia encaminhada à prefeitura.
De acordo com as investigações iniciais, as vítimas seriam alvos do chamado “tribunal do tráfico”, comandado por Everton Alan Soares Conceição, o ‘Popeye’, apontado como líder de uma célula do Comando Vermelho que atua na região. Popeye está foragido e é considerado peça-chave da facção na comunidade.
A operação de buscas mobilizou agentes civis, militares e bombeiros, além de cães farejadores e uma retroescavadeira para ajudar na escavação do terreno. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) assumiu o caso e realizou perícia no local.
“Recebi uma denúncia gravíssima de que havia um cemitério clandestino no Morro da Caixa d’Água, onde estariam enterradas vítimas do tribunal do crime comandado por Popeye. Acionei imediatamente as secretarias responsáveis, que colocaram as forças de segurança em ação. Quando chegaram lá, encontraram um cenário aterrorizante”, relatou o prefeito Márcio Canella em suas redes sociais.
As autoridades também investigam a ligação de Popeye com a antiga liderança do tráfico na região. Ele é filho de Orlando Conceição, o “Orlando Jogador”, figura de destaque no Comando Vermelho até ser assassinado em 1994 em uma emboscada articulada por Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, então seu aliado.
O caso acende um alerta para a atuação violenta de facções na Baixada e reforça a urgência da captura de Popeye, apontado como mandante de uma série de execuções e desaparecimentos.
Por: Editoria.