Partido é acusado de utilizar candidatas laranjas, represando recursos de campanha, o que pode levar à anulação de votos e cassação de três mandatos no Rio de Janeiro.
O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (PRE-RJ), acusa o antigo PROS — atualmente incorporado ao Solidariedade — de fraude à cota de candidaturas femininas nas eleições de 2022. A ação movida pelos procuradores solicita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a anulação dos votos recebidos pelo partido no estado do Rio de Janeiro, o que resultaria na cassação dos mandatos de três deputados eleitos: o deputado federal Max Lemos (hoje no PDT) e os deputados estaduais Dr. Pedro Ricardo e Tande Vieira (ambos agora filiados ao PP).
A acusação aponta que o partido teria boicotado as candidaturas femininas, represando os recursos destinados às campanhas, os quais só foram liberados poucos dias antes do primeiro turno. Esse atraso teria inviabilizado a disputa real das candidatas, que acabaram sendo usadas como laranjas, segundo a PRE-RJ.
Além dos deputados, Adolfo Konder, então presidente estadual do PROS e atual presidente da Agetransp, também é alvo da ação e pode enfrentar inelegibilidade por oito anos, caso o TSE acate o pedido.
Durante as investigações, seis candidatas confirmaram a prática da fraude, relatando a falta de estrutura e recursos para suas campanhas, em um cenário que, segundo os procuradores Neide Cardoso de Oliveira e Flávio Paixão, reforça a desigualdade e dificulta a efetiva inclusão de mulheres na política.
Se o TSE aprovar o recurso, poderá criar um precedente importante na luta contra fraudes envolvendo a cota feminina, ampliando o rigor na distribuição de recursos para garantir maior equidade nas eleições. A prática já foi observada em outros partidos nas eleições anteriores, como o antigo PSL e o Republicanos, evidenciando uma problemática recorrente que necessita de combate efetivo.
Fonte: Ultima Hora Online.