Projeto visa capacitar 100 famílias e promover a segurança alimentar na terra do sambista
As hortas comunitárias em Xerém, terra natal do renomado sambista Zeca Pagodinho, estão prestes a receber um significativo impulso graças a uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o Instituto Zeca Pagodinho (IZP) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O projeto “Formação e Implantação de Unidades Pedagógicas e Solidárias em Agricultura Urbana e Periurbana” busca capacitar a comunidade local em práticas de agricultura urbana e periurbana, beneficiando diretamente cerca de 100 famílias.
A iniciativa, que conta com a colaboração da UFRRJ, do IZP, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Organização Cidades Sem Fome, reflete um compromisso coletivo para enfrentar a insegurança alimentar. Recentemente, foi assinado um termo de intenções para formalizar a cooperação entre essas instituições e o projeto da UFRRJ.
O ministro Paulo Teixeira destacou a relevância das parcerias na luta contra a fome no Brasil. “O Zeca Pagodinho empresta seu prestígio para que o país possa replicar experiências como esta e, em breve, possamos tirar o povo brasileiro do mapa da fome. Queremos garantir comida farta e de qualidade na mesa de todos, resgatando a cultura alimentar do nosso povo”, afirmou o ministro.
A visão de Zeca Pagodinho, sempre voltada para o bem-estar da comunidade, é claramente refletida neste projeto. Com sua influência, o cantor não só ajuda a promover a segurança alimentar, mas também a revitalizar a cultura local, transformando o terreno fértil de Xerém em um exemplo de solidariedade e sustentabilidade. A dedicação do cantor em usar sua plataforma para apoiar causas sociais é um reflexo de seu compromisso com a melhoria das condições de vida em sua terra natal.
Betty Rocha, professora do Departamento de Ciências Econômicas da UFRRJ e coordenadora-geral do projeto, expressou sua visão de longo prazo. “A intenção é expandir para outros municípios da Baixada Fluminense e transformar este projeto em um modelo nacional. Queremos fortalecer a produção agroecológica e promover a alimentação saudável, reforçando a importância das hortas comunitárias e da economia solidária”, afirmou Rocha.
Roberto Rodrigues, reitor da UFRRJ, destacou o impacto social do projeto. “Este é um projeto de grande relevância social e o primeiro passo aqui no IZP. Para a universidade, é mais uma oportunidade de envolver nossos alunos em atividades práticas que combinam ensino, pesquisa e extensão”, explicou Rodrigues.
O projeto surge em um contexto de preocupações com a segurança alimentar. Dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan) revelam que quase 3 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar no Rio de Janeiro. Em Xerém, um grupo de 40 famílias já cultiva hortas em seus quintais desde a pandemia, utilizando esses espaços tanto para suprir necessidades alimentares quanto como terapia ocupacional.
Com a descentralização de recursos do MDA, a UFRRJ iniciará a elaboração de um diagnóstico das práticas agrícolas locais, através de oficinas e pesquisas. Em seguida, serão oferecidos cursos de formação e capacitação, culminando na implementação de Unidades Pedagógicas e Solidárias de Agricultura Urbana e Periurbana.
O Instituto Zeca Pagodinho, fundado em 1999 pelo cantor e compositor Zeca Pagodinho, desempenha um papel crucial na expansão deste projeto. Louiz da Silva, presidente do instituto, ressaltou a importância da colaboração com a UFRRJ para o sucesso da iniciativa. “Este projeto é fundamental para enfrentar a insegurança alimentar. Vamos utilizar nossas terras para cultivar alimentos que serão destinados às famílias cadastradas e às escolas municipais. Acreditamos que, com o apoio de instituições como a UFRRJ, podemos realmente fazer a diferença”, concluiu Silva.
O IZP está em diálogo com a prefeitura de Duque de Caxias para garantir que os alimentos cultivados sejam distribuídos nas escolas municipais da região, ampliando ainda mais o impacto positivo desta iniciativa.
Por: Arinos Monge