
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), virou protagonista de uma cena rara na política fluminense: lidera com folga a corrida pelo governo do estado e já é visto como favorito absoluto, mesmo antes de confirmar oficialmente sua candidatura. Segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta semana, Paes aparece com impressionantes 57% das intenções de voto no cenário estimulado — uma margem que o colocaria eleito já no primeiro turno, se as eleições fossem hoje.
A pesquisa, realizada com 1.680 eleitores entre 19 e 23 de maio, em 58 municípios do estado, mostra que nenhum outro nome chega sequer perto de ameaçar o atual prefeito. A vantagem de Paes supera os 45 pontos percentuais sobre os demais citados, o que, em termos eleitorais, é quase um passeio no Sambódromo. Mesmo no cenário espontâneo, onde o eleitor cita o nome que lhe vem à cabeça, Eduardo Paes lidera, com 7,6% das menções — à frente inclusive do atual governador Cláudio Castro (PL), que não poderá disputar reeleição.
Mesmo sem ainda ter subido oficialmente no palanque, Paes se beneficia da alta visibilidade que a Prefeitura do Rio oferece, além da postura pragmática e das alianças firmadas ao longo de sua trajetória política. Quem acompanha os bastidores sabe que, nos corredores do PSD, a candidatura ao Palácio Guanabara é tratada como questão de tempo.
A leitura política é clara: o eleitor fluminense, cansado de escândalos e figuras folclóricas, parece buscar uma liderança conhecida, com histórico de gestão e que, ao menos por ora, não sofre grande resistência. Se Eduardo Paes manter o ritmo e não for atropelado por surpresas — sempre possíveis na política do Rio —, a disputa de 2026 pode ser menos sobre quem vai vencer e mais sobre quem vai resistir à força do trator eleitoral que se desenha.
Por: Beatiz Corrêa