O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição neurológica que afeta a comunicação, o comportamento e a interação social. Para melhor compreender e tratar as necessidades individuais das pessoas com autismo, a Associação Americana de Psiquiatria, no DSM-5, classificou o TEA em três níveis de suporte. Cada nível indica a intensidade do suporte necessário para ajudar o indivíduo a lidar com os desafios do autismo.
Nível 1: Suporte Necessário
O Nível 1 é considerado o mais leve e se refere àqueles que necessitam de suporte para a realização de tarefas diárias. Essas pessoas podem ter dificuldades com interações sociais e comportamentos restritos ou repetitivos, mas conseguem lidar com a vida cotidiana com alguma assistência.
Dr. Ricardo Mendes, neuropsiquiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica: “Indivíduos no Nível 1 podem ter dificuldades em iniciar interações sociais e apresentar respostas atípicas às iniciativas sociais de outras pessoas. Com a intervenção adequada, como terapia comportamental, muitos conseguem desenvolver habilidades suficientes para levar uma vida relativamente independente.”
Nível 2: Suporte Substancial Necessário
No Nível 2, as necessidades de suporte são mais evidentes. Esses indivíduos têm uma maior dificuldade em lidar com a comunicação social e podem apresentar comportamentos mais intensamente restritos e repetitivos. As habilidades de comunicação verbal e não-verbal podem ser limitadas e eles frequentemente precisam de apoio substancial para participar de atividades cotidianas.
“Ao lidar com indivíduos no Nível 2, é essencial um suporte educacional especializado e contínuo, além de terapias direcionadas,” afirma a psicóloga infantil Carolina Teixeira, especialista em TEA. “Essas intervenções ajudam a reduzir a ansiedade e melhorar a capacidade de lidar com mudanças nas rotinas diárias.”
Nível 3: Suporte Muito Substancial Necessário
O Nível 3 é o mais severo e requer suporte muito substancial. Pessoas nesse nível têm uma capacidade muito limitada de funcionar independentemente e enfrentam desafios significativos na comunicação verbal e não-verbal, bem como em comportamentos extremamente restritos e repetitivos.
Segundo a terapeuta ocupacional Luiza Andrade, “Indivíduos no Nível 3 necessitam de intervenções intensivas e personalizadas. O trabalho conjunto de uma equipe multidisciplinar, incluindo terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos, é crucial para desenvolver estratégias que promovam a qualidade de vida e a inclusão social.”
A importância do diagnóstico e intervenção precoces
Especialistas concordam que o diagnóstico precoce e intervenções apropriadas são fundamentais para melhorar o prognóstico das pessoas com TEA. A conscientização sobre os diferentes níveis de suporte pode ajudar pais, educadores e profissionais de saúde a fornecerem o suporte adequado para cada indivíduo, promovendo assim um desenvolvimento mais pleno e inclusivo.
“Cada pessoa com autismo é única,” conclui Dr. Mendes. “Com o suporte certo, podemos ajudar essas pessoas a alcançar seu potencial máximo e levar uma vida mais satisfatória e independente.”