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Menos ônibus, mais espera, e o governo chamando de “reestruturação”
Se tem uma coisa que o governo do Rio de Janeiro gosta, é de inventar moda com o transporte público. Agora, o Detro-RJ anunciou uma licitação para reorganizar as linhas de ônibus intermunicipais. Prometem otimizar o sistema, reduzir sobreposições e até investir em ônibus mais modernos. Mas, na prática, o que o passageiro ganha? Menos ônibus na rua e mais tempo na fila!
A proposta prevê cortar 20% das 1.100 linhas, alegando que muitas se sobrepõem. Mas alguém lá no Detro já ficou no ponto de ônibus esperando? Sabe o que é torcer para o primeiro que vier, porque nem sempre passa outro? Não é questão de reduzir, é de organizar! Muitas linhas coincidem em parte do trajeto, mas depois seguem rumos diferentes. Cortar sem critério é punir o passageiro, não otimizar o serviço.
Além disso, o Estado não subsidia um centavo para as empresas, mas quer impor exigências e penalizações. Empresas falidas, ônibus sucateados, e agora querem cortar ainda mais? É fácil fazer festa por 30 anos e agora jogar a conta para quem depende do transporte. Enquanto isso, vans, Uber e 99 lotam as ruas, e o Estado finge que não vê.
A licitação prevê dividir o sistema em 12 lotes, com empresas disputando áreas inteiras. Falam de ônibus mais novos, GPS, câmeras de segurança… Bonito no papel! Mas alguém fiscaliza se os coletivos cumprem as exigências?
Enquanto o governo bate palma para a tal reestruturação, o trabalhador vai enfrentar mais espera e lotação. Reduzir ônibus não é solução, é o problema.