
No Brasil, o crime não compensa… ele comissiona, vira foto oficial e ainda dá status de liderança. Mas liderança de quê, ninguém sabe.
Se existisse um Oscar da esperteza, Marcelo Crivella e seus camaradas já estariam no hall da fama. Durante a pandemia, enquanto o povo contava oxigênio na unha, a gestão do ex-prefeito virou especialista em “consultoria premiada”.
O Ministério Público descobriu que uma empresa escolhida a dedo por Crivella — a China Meheco Corporation — desembolsou uma comissãozinha básica de quase R$ 37 milhões para uma consultoria de um “amigo do amigo”. O nome da figurinha? Bruno Leonardo da Silva Pinto. Consultor, empresário, visionário do “ganhar sem trabalhar”.
Detalhe sórdido: Bruno entrou de gaiato na sociedade da Z FU Consultoria Empresarial dois dias antes de assinar os contratos milionários. Quer currículo melhor?
E quem era o sócio de Bruno? Um ex-jogador chinês, Bing Changbao, que teve uma breve — e discretíssima — passagem pelo Botafogo. Em campo, nunca jogou. Mas fora dele, driblou direitinho os cofres públicos e investiu a bolada num imóvel de R$ 10 milhões e carrões de luxo. Vai dizer que não é um craque?
Enquanto isso, os aparelhos comprados — de raios-x, hemodiálise e anestesia — ficaram meses pegando poeira. Alguns, sequer foram usados e tiveram que ser devolvidos. Mas a comissão, ah, essa não foi devolvida, não.
O MP ainda tenta entender o “milagre” de como esse dinheiro foi parar ali: se no caixa dois da campanha de Crivella, se no bolso do próprio ou se foi só mais uma “oportunidade de negócio”. Aposto que nem o Espírito Santo saberia dizer.
Ah, e como não podia faltar: a defesa de Crivella afirma que o Rio foi “a única cidade do mundo” a receber toneladas de equipamentos durante a pandemia e que tudo foi comprado com valores “inferiores aos praticados em 2020”. Com um argumento desse, nem precisa mais de vacina.
No fim das contas, a Justiça determinou o bloqueio de até R$ 320 milhões em bens. Mas calma: bloquear é diferente de devolver, né? Enquanto isso, as estrelas do escândalo seguem ilesas, dando close e posando de “lideranças”. Lideranças de quê? Fica o mistério.
E ninguém foi preso. Mas saíram bem na foto. Literalmente.
Fonte: G1
Por: Editoria