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Se tem uma coisa que Eduardo Paes sabe fazer bem, é perceber para onde o vento sopra e embarcar na onda com estilo. Com a segurança pública dominando as manchetes e a população pedindo socorro, o prefeito do Rio de Janeiro decidiu tirar uma carta da manga e apresentar seu mais novo espetáculo: a criação da Força Municipal de Segurança.
Rápido como o The Flash – ou melhor, ligeiro como um bom político em ano pré-eleitoral – Paes reuniu secretários, discursou sobre a urgência do tema e prometeu que a prefeitura vai atuar diretamente no reforço da segurança da cidade. Como? Bem, os detalhes práticos ainda são um mistério digno de roteiro de novela.
Segurança é da prefeitura agora?
Na teoria, a tal Força Municipal viria para complementar a atuação das polícias Militar e Civil, ajudando na vigilância, apoio a operações e até no combate a pequenos delitos. Um conceito interessante, mas que levanta algumas questões: vai funcionar de verdade ou é só mais um embrulho bonito para um presente vazio?
Afinal, segurança pública é papel do governo estadual, e não do município. Paes pode até querer brincar de xerife, mas sem autonomia legal para atuar no combate ao crime, o risco é que essa força acabe virando uma Guarda Municipal com um nome mais chamativo – e só.
Mais um circo político?
O histórico de promessas não cumpridas da prefeitura já deixa o carioca vacinado contra ideias mirabolantes. Lembram do projeto de combate às enchentes? Da modernização do transporte? Do Rio Cidade Inteligente? Pois é… tudo lindo no PowerPoint, mas na prática, nem sempre sai do papel.
Agora, Paes chega com a Força Municipal como se tivesse descoberto a pólvora. A pergunta que fica é: isso é realmente um plano sério para reforçar a segurança ou só mais um espetáculo para enganar a plateia?
O carioca já viu esse filme antes e sabe que, no final, quem acaba na mira não são os criminosos, mas a paciência do povo.
Por: Beatriz Corrêa