A prisão recente do ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, nas investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, desencadeou uma avalanche de emoções em Terezinha Maria de Jesus, mãe de Eduardo, o menino cuja vida foi tragicamente interrompida na porta de sua casa no Complexo do Alemão, em abril de 2015. Enquanto ela viajava para o Rio de Janeiro, a notícia da prisão a atingiu em cheio, despertando uma mistura de dor e indignação.
“Quando recebi a notícia [da prisão de Rivaldo], estava no avião indo para o Rio. Fiquei devastada. Eu sabia que algo estava errado com aquele homem. Sabia que ele não era confiável”, compartilhou Terezinha, refletindo sobre o papel de Rivaldo nas investigações do caso de seu filho.
O inquérito liderado por Rivaldo concluiu que o policial militar Rafael de Freitas Monteiro Rodrigues agiu em legítima defesa ao disparar contra Eduardo, um veredicto que não convenceu Terezinha e sua família. Ela relembra a promessa que Rivaldo fez à época de que o caso seria resolvido, apenas para se deparar com o arquivamento do processo na 2ª Câmara Criminal.
“Eduardo foi arrancado de mim por uma bala que nunca deveria ter sido disparada. Rivaldo prometeu justiça, mas o que recebemos foi uma farsa”, desabafa Terezinha.
Com a recente solicitação de desarquivamento do inquérito, feita pelo Ministério Público em setembro de 2023, surgiram novas esperanças de esclarecimento e responsabilização. Novas evidências, incluindo vídeos do dia do crime, levantaram questões sobre a integridade da investigação original, ampliando a busca de Terezinha por justiça para seu filho.
Apesar das décadas que se passaram desde a tragédia, Terezinha continua lutando incansavelmente para que a verdade prevaleça. Ela conheceu o advogado João Pedro Accioly, responsável por sua defesa, após assistir a uma peça de teatro que abordava sua história e a de Eduardo. A partir desse encontro, Accioly se engajou no caso e está ao lado de Terezinha em sua jornada por justiça.
“Falar do meu filho nesse momento é difícil. Estou muito emocionada depois de tudo isso. É muita emoção, muita luta. Meu filho era uma criança boa, educada, carinhosa comigo. Eu só tenho a falar coisas boas dele. Ele gostava muito dos irmãos. Isso que ele era. Estudante, inteligente, tirava notas boas no colégio. Estou muito emocionada, abalada”, lamenta Terezinha.
Rivaldo Barbosa, além de estar envolvido nas investigações da morte de Eduardo, é suspeito de tentar obstruir as investigações sobre os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Sua prisão surpreendeu pessoas próximas à Marielle, que, inicialmente, confiavam no delegado. Esses eventos reforçam a necessidade de justiça e transparência no sistema judiciário, especialmente para famílias como a de Terezinha, que buscam respostas e responsabilização pelos crimes que afetaram suas vidas de forma tão profunda.