O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil anunciou nesta sexta-feira (17) a inclusão de nove países como parceiros do grupo Brics, marcando uma nova etapa na história do agrupamento. Com a adesão de Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão, o grupo busca fortalecer sua atuação no cenário internacional.
A categoria de “país parceiro” foi criada durante a XVI Cúpula do Brics, realizada em Kazan, Rússia, em outubro de 2024. Embora tenham uma posição inferior à de membros plenos, os parceiros poderão participar de cúpulas e reuniões temáticas do grupo.
Expansão do bloco
Fundado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia e China, o grupo ganhou sua sigla original Bric em 2001. Com a inclusão da África do Sul, em 2010, adotou o nome Brics.
A atual ampliação reflete uma estratégia iniciada em 2023, durante a cúpula realizada na África do Sul, quando seis novos membros plenos foram convidados: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. A Argentina, embora inicialmente incluída, desistiu de integrar o bloco após a posse de Javier Milei como presidente.
Os mais recentes parceiros, anunciados hoje, foram aprovados sob a presidência da Rússia em 2024, mas a formalização ocorre durante o mandato do Brasil, que assumiu a presidência temporária do Brics no início de 2025.
Destaque para a Nigéria
A nota do MRE destacou o ingresso da Nigéria, país com a maior população da África e uma das economias mais significativas do continente. “A Nigéria possui interesses convergentes com os demais membros do agrupamento, atuando ativamente no fortalecimento da cooperação do Sul Global e na reforma da governança global, temas prioritários para a atual presidência brasileira”, informou o comunicado.
Representatividade global
A expansão do Brics reflete o crescente papel do grupo como um ator de peso no Sul Global, buscando maior representatividade e influência em instituições de governança global. A integração de novos países parceiros pode abrir caminho para uma maior articulação em temas como comércio, energia, segurança e desenvolvimento sustentável.
Com essas mudanças, o Brics consolida seu papel como uma plataforma relevante para a construção de um mundo multipolar e menos centrado nas potências tradicionais.