
Um cartaz de 'apreendido' é colocado no avião da Venezuela sob a supervisão do secretário de Estado dos EUA Marco Rubio - (Foto: Mark Schiefelbein/POOL/AFP)
Nesta quinta-feira (6), os Estados Unidos apreenderam uma segunda aeronave presidencial da Venezuela na República Dominicana. A operação foi supervisionada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que está em visita à ilha caribenha.
A aeronave confiscada é um Dassault Falcon 200, frequentemente utilizado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, além de assessores e ministros em viagens internacionais. O avião já foi empregado em visitas oficiais a países como Grécia, Turquia, Rússia e Cuba.
De acordo com as autoridades norte-americanas, a apreensão se deu por supostas violações de sanções impostas à Venezuela, controles de exportação e envolvimento em lavagem de dinheiro. O avião estava em manutenção em um aeroporto de Santo Domingo no momento da operação.
Até o momento, o governo venezuelano não se manifestou sobre a apreensão.
Contexto e antecedentes
A primeira apreensão de um avião presidencial venezuelano ocorreu em setembro de 2024. Na ocasião, os Estados Unidos confiscaram um Dassault Falcon 900 EX também estacionado na República Dominicana. Segundo o Departamento de Justiça norte-americano, a medida foi tomada por violações das sanções impostas ao governo de Maduro e alegações de que a aeronave teria sido comprada ilegalmente por meio de uma empresa fantasma e contrabandeada para fora dos Estados Unidos.
O governo venezuelano classificou a ação como “pirataria” à época.
Tensões políticas
A apreensão do segundo avião ocorre em um momento de incertezas sobre a postura da administração de Donald Trump em relação à Venezuela. Recentemente, um enviado do governo dos EUA esteve em Caracas para tratar de questões relacionadas à imigração ilegal e ao retorno de venezuelanos detidos sem documentação nos Estados Unidos. Durante a visita, seis cidadãos americanos que estavam presos na Venezuela foram repatriados.
Sanções e pressões internacionais
As sanções impostas pelos EUA são parte de um conjunto de medidas que buscam pressionar o governo de Nicolás Maduro. Desde 2019, Washington intensificou essas sanções, incluindo restrições financeiras e comerciais.
Além das questões econômicas, o governo venezuelano enfrenta críticas internacionais devido à realização de eleições presidenciais em 2024, cujo resultado foi contestado por falta de apresentação das atas eleitorais. A vitória de Maduro foi rejeitada por parte da comunidade internacional.
As autoridades americanas afirmam que continuarão monitorando as atividades econômicas e financeiras do governo venezuelano para garantir a aplicação das sanções.