
Parece que a novela do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) está longe de terminar, e a última reviravolta vem com a “retirada estratégica” de Elon Musk, que, após ter sido a estrela de um projeto audacioso para desmantelar o funcionalismo público, decidiu dedicar apenas “um ou dois dias por semana” para o governo. Pois é, parece que os bilionários precisam de tempo para focar em seus brinquedinhos de foguetes e carros elétricos.
Criado no frenesi do primeiro dia de mandato de Trump, o DOGE, com o intuito de cortar gastos e reduzir servidores (porque quem precisa de uma administração pública bem equipada, não é mesmo?), logo virou um campo de batalha entre as estrelas da technocracia. Musk, um amante do caos, foi rapidamente apontado como o grande mestre do corte — um papel que o colocou no centro de uma série de atritos. Se você acha que Musk não causaria controvérsias, bem, basta olhar os desentendimentos com figuras como Marco Rubio, que teve a ousadia de acusá-lo de minar a USAID, ou Sean Duffy, que simplesmente não gostou da ideia de ver os controladores de tráfego aéreo sendo demitidos em massa. Uma visão tão otimista sobre a segurança pública, não?
Agora, com sua saída oficial — ou, na melhor das hipóteses, uma redução da presença — as portas do DOGE se abrem para os “velhos conhecidos” do gabinete de Trump, que, curiosamente, estavam bastante desconfortáveis com a invasão dos engenheiros de Musk. E quem pode culpá-los? Esses jovens, que se especializam em tecnologia, mas não têm muita noção de como navegar nas complexidades do setor público, começarão a ser avaliados com mais rigor. O que provavelmente significa que suas “brilhantes” soluções para demitir em massa serão questionadas.
O governo de Trump, no entanto, não quer que ninguém perceba que esse afastamento de Musk é uma “mudança”. O porta-voz Harrison Fields, muito solícito, rejeitou qualquer insinuação de que isso signifique uma nova direção para a agência: “Não há nada de novo acontecendo aqui, pessoal.” Claro, claro, Harrison. O que seria uma mudança em um governo que está se movendo em sua própria órbita?
Ainda assim, entre as sombras, o clima parece estar mudando. Secretários que antes se viam subjugados pela tecnocracia de Musk agora vislumbram a chance de reconquistar o poder. E, olha só, estão até pensando em cortes mais “selecionados”. Ou seja, não vai ser uma festa de demissões em massa, mas quem sabe algumas “pessoas certas” não sejam descartadas? Afinal, quem gosta de perder a autonomia quando se pode voltar ao controle total?
O grande espetáculo da reconfiguração de Musk no governo não é apenas uma mudança administrativa, mas um recomeço na eterna batalha entre a technocracia e o poder político. Quem será o vencedor dessa disputa? Bem, parece que o retorno dos “velhos tempos” é iminente, e quem não se adaptou, que fique para trás.
Por: Editoria