O cessar-fogo entre Israel e Hamas, iniciado neste domingo (19), marca uma pausa em 15 meses de intensos bombardeios e destruição. Refugiados palestinos retornam lentamente para áreas devastadas na Faixa de Gaza, utilizando caminhões, carroças e a pé. Segundo relatos, o norte do território é um dos locais mais afetados, com famílias enfrentando a perda total de suas casas e bens acumulados ao longo de décadas.
Logo após o início da trégua, os primeiros caminhões com ajuda humanitária chegaram ao território, segundo a ONU. Alimentos, medicamentos e suprimentos básicos foram enviados às comunidades mais atingidas, trazendo alívio temporário para milhares de civis desalojados.
Acordo e libertação de reféns
O governo israelense confirmou que o cessar-fogo entrou em vigor após o Hamas entregar uma lista com os nomes dos reféns que seriam libertados. As primeiras três reféns israelenses, incluindo uma com cidadania britânica, foram soltas neste domingo. Em troca, Israel comprometeu-se a libertar 90 prisioneiros palestinos, entre mulheres e crianças.
Um representante do Hamas afirmou que novas libertações estão programadas para os próximos dias. Segundo ele, o próximo grupo de reféns será libertado no sábado (25). Em Israel, as famílias dos libertados celebraram emocionadas o reencontro com seus entes queridos, enquanto manifestações públicas destacaram o impacto humanitário do conflito.
Devastação e números do conflito
Desde outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque contra Israel, mais de 46.788 palestinos morreram na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. Do lado israelense, mais de 1.200 mortes foram registradas. A guerra também resultou na captura de 251 reféns por militantes do Hamas.
A devastação na Faixa de Gaza é descrita como “imensa”. Para muitos palestinos, o retorno ao território significa encarar a reconstrução de áreas completamente destruídas e a busca por condições mínimas de sobrevivência.
Repercussão internacional
Líderes globais reagiram ao cessar-fogo com apelos pela continuidade da trégua e esforços de reconstrução. Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, e Emmanuel Macron, presidente da França, enfatizaram a necessidade de uma solução pacífica baseada na coexistência dos Estados palestino e israelense.
Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden destacou que o acordo reflete sua proposta de maio de 2024 e representa uma transformação significativa na região. “É um momento de esperança para as famílias afetadas”, afirmou.
Enquanto isso, a comunidade internacional continua a observar atentamente os próximos passos desse frágil cessar-fogo, essencial para aliviar a crise humanitária e possibilitar uma solução duradoura.