Em um cenário onde a misoginia e a violência contra as mulheres ainda persistem, Joana Basílio emerge como um símbolo vivo de resistência e liderança. À frente do Projeto Umbanda Mulher, Joana tem sido uma voz incansável na defesa dos direitos das mulheres, especialmente aquelas em situações de risco e vulnerabilidade.
No Dia Internacional da Mulher, enquanto celebramos as conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo dos anos, também é uma oportunidade para refletir sobre os desafios que ainda enfrentamos. Joana, com sua determinação inabalável, nos lembra que a luta pela igualdade de gênero está longe de ser concluída.
O Projeto Umbanda Mulher, sob a liderança inspiradora de Joana Basílio, tem desempenhado um papel crucial na promoção do empoderamento feminino e na proteção das mulheres em situações de vulnerabilidade. Em um país onde a violência doméstica e o feminicídio são realidades alarmantes, o trabalho de Joana e sua equipe é mais do que necessário; é essencial.
No entanto, essa luta não vem sem seus próprios desafios. Joana e suas colegas enfrentam ameaças e hostilidades, muitas vezes em meio a risadas e brincadeiras de mau gosto por parte de homens que não entendem a gravidade da situação. Mas, mesmo diante desses obstáculos, Joana mantém-se firme em sua missão de proteger e empoderar as mulheres.
O Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade não apenas para celebrar as conquistas das mulheres, mas também para destacar a importância contínua da luta pela igualdade de gênero. Enquanto recebemos rosas cobertas de espinhos e enfrentamos a comercialização de nossa dor coletiva, Joana Basílio nos lembra que a verdadeira mudança só virá através de ações concretas e comprometimento contínuo.
Mulheres das religiões e cultos de matrizes afro-indígenas ou afro-brasileiras ainda sofrem com a negligência, a violência e até mesmo a morte, devido à sua origem e práticas religiosas. Muitas vezes, esses ataques vêm de seus próprios parceiros, familiares ou da falta de proteção por parte das autoridades públicas nas comunidades e periferias. Apesar de serem vítimas desse massacre, as mulheres dessas comunidades resistem, impulsionadas pela herança de luta, liderança e poder que faz parte de sua cultura e história.
Na cosmovisão dessas tradições, as mulheres detêm um direito natural à sua existência sagrada, à sua capacidade de liderar e de transformar aquilo que não serve mais. A liberdade e o poder são inerentes àquelas que têm o papel sagrado de gerar vida e manter viva a chama da ancestralidade.
O matriarcado, como uma estrutura de apoio e liderança, continua a ser um bastião de resistência e fortalecimento para outras mulheres. Joana Basílio, Mameto Hoji-ia-muhatu Akulu e Sacerdotisa de Umbanda representam essa força e determinação, liderando pelo exemplo e apoiando outras mulheres em sua jornada de empoderamento.
É com essa convicção e determinação que Joana e suas companheiras de luta seguem em frente, acreditando no potencial das mulheres como agentes de mudança e na construção de um futuro onde todas as mulheres possam viver livres de violência e discriminação, um futuro onde o poder e a liderança feminina sejam reconhecidos e valorizados em todas as esferas da sociedade.
8 de março é uma das poucas datas não criadas para fins comerciais, apesar de recebermos flores de sangue e espinhos, faz lembrar que somos iguais na diferença, e que apesar de imperfeito se trata de um processo, e que para chegarmos aqui, houve muito sangue derramado no altar da liberdade para que pudéssemos hoje lutar por mais direitos e mais garantias.
– Então no Dia Internacional da Mulher, saúdo, celebro e honro todas as mulheres que já caminharam entre os continentes, entre Vargas e outros presidentes, fico com minhas ancestrais, matriarcas, mães e avós, Mães de Terreiro, Aninhas, Dandaras, Claras, Quitérias, Maria, Flávia (Mãe Flávia Pinto) mulher e mãe de terreiro que faz um trabalho incrível e em especial Jacyra, (Mãe e Ekedi) Maria Selma (Mãe de Santo e avó) e Ingrid Gründig (Mameto e amiga), que muito o mais fizeram, completa Joana.