No ápice do calor escaldante deste sábado, o Rio de Janeiro testemunhou um novo recorde de sensação térmica, atingindo inacreditáveis 60,1 graus Celsius na estação de Guaratiba, Zona Oeste, às 10h20. Esse valor estabeleceu um novo marco desde o início dos registros do Sistema Alerta Rio, em 2014. Este feito superou o recorde anterior também registrado em Guaratiba, em novembro de 2023, quando a sensação térmica chegou a 59,7 graus.
As características geográficas de Guaratiba, com sua proximidade com o oceano e a influência de ventos quentes do quadrante norte, contribuem para a ocorrência de temperaturas e umidades relativas do ar elevadas, especialmente durante as manhãs. A umidade proveniente do oceano se soma ao calor, resultando em uma sensação térmica extremamente elevada.
A sensação térmica é um indicador crucial do calor, calculado a partir de dados de temperatura e umidade relativa do ar. Quanto mais alta a temperatura e a umidade, maior será a sensação de calor experimentada pelos moradores da região.
Meteorologistas alertam que a temperatura máxima ainda pode aumentar, potencialmente atingindo os 40 graus. O céu permanecerá predominantemente claro, com poucas nuvens, e não há previsão de chuva para amenizar o calor abrasador.
Em meio a esse calor intenso, especialistas recomendam fortemente que a população evite exposição prolongada ao sol, aplique protetor solar regularmente e se mantenha hidratada. A dermatologista da secretaria de estado de Saúde, Maria Eugênia Noviski, ressalta a importância de aplicar protetor solar antes de sair de casa e reaplicá-lo a cada duas horas, além de evitar o uso de perfumes que possam reagir com a pele exposta ao sol.
Além de Guaratiba, outras áreas da cidade também enfrentaram altas temperaturas, como Irajá, na Zona Norte, que registrou uma máxima de 40,3 graus neste sábado.
O calor implacável não dá sinais de alívio, com previsões indicando que no domingo a temperatura máxima pode atingir os 42 graus, resultando em sensações térmicas superiores a 50 graus.
O meteorologista Olivio Bahia, do Inmet, destaca que o Rio de Janeiro está enfrentando uma zona de calor que se deslocou do Sul do Brasil, passando por estados como Mato Grosso e São Paulo antes de chegar à cidade. Este período já é tradicionalmente quente, e a falta de chuva só intensifica o calor. A queda nas temperaturas é esperada apenas para segunda-feira, embora ainda permaneça quente, com temperaturas em torno dos 37 graus.
Bahia explica que, durante essa época do ano, a radiação solar incide fortemente no hemisfério sul, aquecendo a superfície terrestre e elevando as temperaturas. A falta de nuvens e chuvas contribui para que toda a energia solar seja absorvida, aquecendo ainda mais o ar. A perspectiva é que, com a chegada das chuvas durante a semana, haja um alívio no calor, embora seja necessário estar preparado para a possibilidade de tempestades.
Este sábado marcou não apenas um recorde histórico de calor para o Rio de Janeiro, mas também ressaltou a importância de medidas de precaução e cuidados para enfrentar as condições climáticas extremas. A população é instada a permanecer atenta às orientações dos órgãos meteorológicos e de saúde para se proteger do calor intenso e seus possíveis efeitos adversos.